Pix: 6 golpes mais frequentes

O sucesso do Pix têm atraído, além de novos adeptos para o sistema, a atenção de golpistas. A tendência é que ocorram tentativas de golpes e fraudes explorando as pessoas, e, por ser um serviço novo para todos, existe um risco direto associado.

Por isso, a maior preocupação do setor é em relação aos golpes feitos por meio de engenharia social, na qual o criminoso se faz passar por uma instituição financeira e coage a vítima a passar seus dados bancários. A principal vulnerabilidade do PIX está no elo mais fraco – o usuário. Isso envolve desde fraudes no cadastro das credenciais até roubo dos dados após o sistema estar em funcionamento.

A seguir, listamos os 6 golpes mais frequentes envolvendo o Pix no país:

1. Clonagem de WhatsApp

A primeira etapa do golpe é o contato com a vítima: o criminoso finge ser representante de uma empresa e solicita um código de segurança ao proprietário da conta como se ele fosse necessário para atualização, manutenção ou confirmação de cadastro.

Só que esse código permite o sequestro do perfil: se o usuário não tiver habilitado a autenticação em duas etapas, basta essa informação para que a conta de WhatsApp seja instalada em um dispositivo diferente. Com acesso ao perfil, o golpista aborda os contatos da vítima e pede ajuda financeira, de preferência com transferência por Pix. Depois que o dinheiro é transferido, recuperá-lo é pouco provável, já que a transferência é feita por vontade própria (mesmo que seja motivada por um golpe).

Uma variação desse ataque é a da falsa pesquisa sobre COVID-19. O golpista se passa por representante do Ministério da Saúde e faz perguntas sobre sintomas relacionados à doença. Ao fim do contato, solicita que o usuário informe um código recebido por SMS, como se fosse um dado necessário para confirmar a realização da pesquisa, mas a ideia é usá-lo para clonar o WhatsApp da vítima.

2. Perfil falso no WhatsApp

Esta modalidade geralmente é relacionada à clonagem da conta — é como se fosse um upgrade do método. Depois de sequestrar a conta da vítima, o golpista passa a usar fotos suas, obtidas em redes sociais. Em seguida, ele passa a procurar os contatos da vítima. Como o número de celular é desconhecido, ele alega que teve de trocá-lo. Em seguida, diz que está em uma emergência e pede uma transferência via Pix.

Por isso, é muito importante ter cuidado com a exposição de dados em redes sociais. E mais: vale ficar atento quando receber mensagens de contatos com números novos, especialmente se eles pedirem dinheiro com urgência. Antes de fazer um Pix, entre em contato com a pessoa por chamada telefônica ou pessoalmente (pelo WhatsApp não vale, porque a conta pode estar em posse de criminosos).

3. Engenharia social aprimorada

Mais uma evolução do golpe da clonagem de perfil do WhatsApp. Já faz algum tempo que a versão simples do ataque é combatida com o uso da autenticação em duas etapas e isso tem levado os criminosos a incluírem uma segunda fase à ação.

Depois de obter o código enviado por SMS, o golpista entra em contato com a vítima e se apresenta como integrante da equipe de suporte do WhatsApp. Ele informa ao usuário que identificou uma suposta atividade maliciosa na conta e que enviou um e-mail para que ele recadastre a dupla autenticação.

A vítima, de fato, recebe uma mensagem legítima do WhatsApp. Ela contém um link para a redefinição da verificação em duas etapas (Two-Step Verification Reset). Ao clicar nele, o usuário desabilita a proteção. O golpista, então, aproveita que a conta está desprotegida para seguir com o golpe.

4. Central de relacionamento bancária falsa

Nesta modalidade, o criminoso se aproveita do desconhecimento sobre as formas de cadastro das chaves Pix. Ele se passa por funcionário do banco em que a vítima tem conta e oferece ajuda para efetuar o cadastro ou informa que é preciso fazer um teste com o sistema de pagamentos para regularizar o registro. A vítima, então, é induzida a fazer uma transferência via Pix.

Segundo a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), as instituições financeiras não solicitam dados pessoais de seus clientes ativamente e seus funcionários não ligam para fazer testes com o Pix. Por isso, não se deve passar informações por telefone e, em caso de dúvida, vale a pena procurar os canais oficiais da instituição bancária para confirmar a necessidade de atualização de dados, bem como antes de fazer movimentações.

5. Bug do Pix

Essa fraude começa em mensagens e vídeos divulgados em redes sociais. São fake news que afirmam que um bug no Pix permite que o usuário receba de volta um prêmio em dinheiro quando transfere valores para determinadas chaves.

A vítima acredita e envia dinheiro diretamente para o golpista (o dono da chave supostamente contemplada). Dinheiro fácil, anunciado em mensagens em redes sociais, deve ser um sinal de alerta para todos os usuários. E lembre-se: o sistema criado pelo Bacen é robusto, seguro e sem bugs.

6. QR Code adulterado

Os pagamentos pelo Pix podem ser feitos a partir de códigos QR. Atualmente, durante a pandemia, é comum que artistas façam lives em benefício de organizações não governamentais e recebam doações, muitas vezes, por QR code.

Alguns criminosos fazem o download dessas apresentações e criam uma transmissão nova em que colocam seu próprio código QR. Assim, recebem as doações de quem não tem muita experiência com a tecnologia.

Como se proteger?

Sempre verifique a identidade de quem está solicitando o Pix;

  • Na hora de efetivar a transação, fique atento: os aplicativos estão cada vez mais fáceis de utilizar e o usuário, muitas vezes, seleciona ‘Confirmar’ sem nem perceber que está transferindo recursos para um nome que não conhece;

  • Alguns sites já estão adotando pagamento por Pix. Nesse caso, se o usuário estiver em um ambiente falso, o dinheiro vai para a conta do golpista;

  • É fundamental confirmar o limite disponível para transferência por Pix com a instituição financeira. Às vezes, o próprio usuário comete um erro de digitação e atribui a perda a um golpe;

  • Usuários que não têm familiaridade com o Pix, podem treinar o uso do recurso. Uma boa ideia é fazer um Pix de R$ 1 para um conhecido para testar a funcionalidade. E, se quiser, pode até pedir o dinheiro de volta, já que o processo é gratuito.

O Bacen também tem uma lista de sugestões importantes. Acompanhe:

  • Confira os remetentes de e-mails e não acesse páginas suspeitas, com endereços curtos ou com erros de digitação;

  • Não clique em links recebidos por e-mail, WhatsApp, redes sociais ou mensagens de SMS que direcionam a cadastros de chaves do Pix;

  • Cadastre chaves do Pix apenas em canais oficiais de bancos ou fintechs;

  • Em caso de suspeita, procure a equipe oficial do banco;

  • Após o cadastro, o Bacen envia o código por SMS (se a chave cadastrada for um celular) ou e-mail (se ela for um e-mail). Essa confirmação não vem por ligação telefônica nem por link;

  • Não compartilhe esse código;

  • Não faça transferências para conhecidos sem confirmar por chamada telefônica ou pessoalmente. O WhatsApp não é uma boa opção porque pode estar clonado.

Conheça melhor sobre o Pix e sua Segurança

Fonte 1

Fonte 2

 

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